Número de pessoas que procura apoio da AMI em Portugal não pára de crescer - Valores quase duplicaram desde 2004
Os portugueses continuam a empobrecer. A dois dias de se assinalar o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza, e de acordo com os dados recolhidos pela AMI, no primeiro semestre do ano, 5201 pessoas procuraram o apoio social da AMI. Mais 506 que em igual período de 2008 e um número que se aproxima perigosamente dos totais anuais de anos anteriores (em 2004, o número total foi de 5929). Em comparação com o primeiro semestre do ano anterior, verifica-se um aumento de cerca de 10%. Estes valores demonstram uma nítida tendência para um crescente número de casos de pobreza persistente. A grande maioria destas pessoas encontra-se em plena idade activa, entre os 21 e os 59 anos de idade.
Os elevados números de novos casos de pobreza continuaram a subir ao longo do primeiro semestre de 2009. De facto, foram 1836 as pessoas que recorreram pela primeira vez ao apoio social da AMI, mais 24% que durante o mesmo período no ano anterior, o que é indicador de que as situações de pobreza continuam a crescer e todos os anos novos casos surgem, dando conta de um aumento do fenómeno.
Regista-se ainda que a maioria da população que recorreu aos centros Porta Amiga no primeiro semestre se encontra em situação de desemprego (80%), tendo como principais recursos, os subsídios e apoios institucionais e o apoio de familiares ou amigos. Relativamente ao Rendimento Social de Inserção (RSI), verificou-se um aumento do número de beneficiários comparativamente ao mesmo período do ano passado.
O principal motivo verbalizado de recurso aos centros Sociais Porta Amiga é a precariedade financeira. O serviço que maior procura registou neste período de tempo foi o de distribuição de géneros alimentares, roupa e medicamentos. De salientar que, face ao aumento de solicitações, a quantidade de alimentos distribuída pela AMI às famílias apoiadas é cada vez mais racionada.
A AMI manifesta a sua preocupação com o agravar desta situação, a par do previsível aumento do desemprego em Portugal.