Haiti: dois anos depois a AMI continua a apoiar vítimas do sismo
A AMI chegou ao Haiti quatro dias após o sismo devastador que afectou o país mais pobre do hemisfério ocidental. A primeira das várias equipas que a AMI manteve no terreno ao longo de 2010 começou por prestar cuidados de saúde em dois hospitais de Port-au-Prince, mas cedo estendeu a sua acção a outras vertentes da acção humanitária.
Se, numa primeira fase, o tratamento das vítimas do terramoto em Hospitais de campanha montados por organismos internacionais foi a prioridade, as fases seguintes da intervenção foram marcadas pela necessidade de facultar o acesso à saúde a milhares de deslocados na região de Port-au-Prince e por providenciar serviços básicos a essa mesma população, removendo e substituindo abrigos após as tempestades. Numa última fase, a urgência passou a ser responder à epidemia de Cólera com uma intensa intervenção de sensibilização e promoção de Higiene nos campos de deslocados, permitindo bloquear a epidemia na nossa área de intervenção.
Ao longo de 365 dias no terreno, 29 expatriados e 36 colaboradores locais da AMI acompanharam e testemunharam este ano tenebroso da História do Haiti. Apesar de todos os constrangimentos vividos ao longo deste ciclo, dedicaram-se a levar a bom termo projectos na área da saúde e na gestão de campos de deslocados envolvendo mais de 12.000 beneficiários directos, em resposta a estes sucessivos acontecimentos.
Actualmente, a AMI apoia através do financiamento aos seus projectos, três instituições locais: a APROSIFA, através do projecto « Zéro mortalité par le Choléra en 2011 sur notre Aire d’Intervention», que tem como principais beneficiários: 30 mil mulheres, crianças e idosos, a REFRAKA, uma rede de 25 rádios comunitárias com locutoras femininas, para educação ecológica e prevenção de catástrofes que chegam a cerca de 750.000 pessoas e a CDS, que desenvolve um projecto cujo objectivo é melhorar as condições médicas, nutricionais, sanitárias e sociais da comunidade LaSalinienne (40 mil pessoas).
Esta é também a oportunidade da AMI renovar o seu agradecimento ao enorme apoio dos portugueses, da sociedade civil, das empresas e de todos aqueles que se mobilizaram no sentido de apoiar as vítimas do sismo. Na sua campanha de emergência, a AMI angariou 1.165.693,61€ e contou ainda com o financiamento do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento para a missão de primeira emergência e com o co-financiamento da OIM (Organização Internacional das Migrações) para o projecto de gestão de campos.
ESTATÍSTICAS DA INTERVENÇÃO DA AMI
•3 campos de deslocados geridos pela AMI e onde se fez clínica móvel
•10.065 deslocados a residir nos 3 campos AMI = 1583 famílias
•970 tendas nos 3 campos
•9820 consultas, actos de enfermagem e pequenas cirurgias pelas equipas AMI
•29 expatriados e 36 colaboradores locais
•68 Elementos de saúde e activistas comunitários formados pela AMI
•22 acções de sensibilização efectuadas à população dos 3 campos
•18.000 sais de reidratação oral distribuídos no combate à cólera
•1.165.693,61€ angariados pela AMI através da Campanha de Emergência