Copenhaga 2009: Ou ganhamos todos ou não ganha ninguém
Press Release
O que está em cima da mesa entre hoje e dia 18 de Dezembro em Copenhaga é uma parte significativa do futuro da humanidade. As decisões da conferência influenciarão o futuro do ambiente, mas também o futuro da saúde humana, das migrações internacionais, da agricultura, das pescas, do turismo, da economia, e, em suma, do desenvolvimento e bem-estar das populações humanas.
O mundo deve preocupar-se com o que acontecerá à população das Maldivas, no Oceano Índico, e do Quiribati, no Oceano Pacífico, quando o mar cobrir por completo o seu território, ou com o que acontecerá à população de Itália, Espanha e Portugal, quando a seca comprometer esforços de desenvolvimento das últimas décadas.
As alterações climáticas estão já a afectar diversos países, sendo as Honduras, o Bangladesh e a Nicarágua considerados os mais afectados ao longo dos últimos 10 anos. Também na Europa, fenómenos climáticos extremos, como a onda de calor que, em 2003, provocou a morte de 35 mil pessoas e prejuízos de 12 mil milhões de euros na agricultura, se tornarão cada vez mais frequentes e demolidores.
O que devemos exigir de Copenhaga é um compromisso estrutural, com metas ambiciosas, que promovam o desenvolvimento limpo e a adaptação às alterações climáticas dos países subdesenvolvidos, e a descarbonização das economias já desenvolvidas. O primeiro passo deverá ser dado pelos responsáveis pela situação actual: Estados Unidos e Europa, que, baseando na emissão de CO2 o seu extraordinário padrão de consumo e nível de conforto, comprometeram como consequência o bem comum que é a atmosfera.
Devemos exigir ainda as bases de um mercado de carbono que inclua todos os países, mesmo aqueles que pelo seu grau de subdesenvolvimento não têm ainda emissões para reduzir, encontrando-se por esse motivo actualmente impedidos de participar.
Sem uma alteração do paradigma de desenvolvimento mundial, nomeadamente em matéria de energia, que Copenhaga poderá representar, daremos mais um passo ao lado na inversão da actual situação, em que a pegada ecológica de um europeu é duas vezes superior à biocapacidade do planeta, e a de um norte-americano quatro vezes superior, com consequências devastadoras para as futuras gerações.